É necessário ter conhecimento de que três importantes pares de veias drenam para o seio venoso (futuro coração do embrião) e que vestígios dessas veias persistem no indivíduo completamente formado. Esses vasos são as veias umbilicais, as veias cardinais e as veias vitelinas.
1) Veias vitelinas: utiliza-se do pedículo vitelino para chegarem até o chamado “seio venoso”, localizado no coração tubular do embrião. Essas veias perfuram o septo transverso (espécie de divisão transversal incompleta e que contribui em parte para a formação do diafragma) em seu trajeto até o seio venoso.
Ocorre ligação entre os sinusóides hepáticos e as veias vitelinas, uma vez que o broto hepático mantém estreita relação com o septo transverso e este com as veias vitelinas. Essa relação entre o fígado e as veias vitelinas pode ser constatada através de estudo detalhado sobre a origem das veias hepáticas, formadas apartir de resquícios da veia vitelina direita.
Já a veia porta, vaso que transporta grande parte do material absorvido após a digestão até o fígado para metabolização, desenvolve-se a partir de uma série de anastomoses entre as veias vitelinas (direita e esquerda) localizadas em torno do futuro duodeno.
2) veias umbilicais: a veia umbilical direita e parte da veia umbilical esquerda (parte essa localizada entre o fígado e o seio venoso) se degeneram.
Funcionalmente, só terá importância à parte da veia umbilical esquerda localizada abaixo do fígado. Esse resquício conduzirá sangue arterial da placenta até o embrião.
É importante ressaltar a presença do chamado ducto venoso, espécie de ligação entre a parte remanescente da veia umbilical esquerda e a veia cava inferior e que ocorre ao nível hepático. Esse ducto permite a canalização de parte do sangue arterial proveniente da placenta até o coração embrionário. Após o nascimento, a veia umbilical esquerda remanescente e o ducto venoso se obliteram, transformando-se, respectivamente, no ligamento redondo e no ligamento venoso, ambos presentes na parte posterior do fígado de indivíduos adultos.
3) veias cardinais: constituem o principal sistema de drenagem venosa do embrião. Dividem-se em veias cardinais anteriores (que drenam a parte cefálica do embrião) e veias cardinais posteriores (que drenam a parte caudal do embrião). Ambas acabam desembocando no seio venoso por intermédio da veia cardinal comum, formada pela fusão das veias cardinais anteriores e posteriores.
Durante a oitava semana o conjunto de veias cardinais sofre inúmeras transformações:
· Ocorre anastomose oblíqua entre as veias cardinal esquerda anterior e cardinal direita anterior. Após, a parte caudal da veia cardinal esquerda anterior se degenera e tem-se a formação da veia braquiocefálica esquerda.
· A veia cardinal anterior direita juntamente com a veia cardinal comum direita dão origem à veia cava superior (lado direito do tórax).
· As veias cardinais posteriores desenvolvem-se inicialmente formando os vasos dos mesonéfrons e boa parte delas desaparece juntamente com esses órgãos. Os únicos resquícios dessas veias num adulto são a raiz da veia ázigos e as veias ilíacas comuns.
Deve se destacar ainda a presença das veias subcardinais e das veias supra-cardinais que substituem e suplementam gradualmente as veias cardinais posteriores. As veias subcardinais aparecem primeiro e se comunicam com as veias cardinais posteriores via sinusóides mesonéfricos. Essas veias acabam formando o tronco da veia renal esquerda, as veias supra-renais, as veias gonadais (testicular e ovariana) e um segmento da veia cava inferior. Já as veias supra-cardinais, localizadas no nível dos rins, são o último par de vasos a se formar. Cefalicamente, a anastomose entre elas persiste no indivíduo adulto como veia ázigos e hemiázigos. Caudalmente, a veia supra-cardinal esquerda degenera e a veia supra cardinal direita dará origem à porção inferior da veia cava inferior.
Veia Cava Inferior
A veia cava inferior é composta de quatro segmentos principais:
1) Um segmento hepático derivado da veia hepática, esta oriunda da parte hepática da veia vitelina direita e de sinusóides hepáticos;
2) Segmento pré-renal, derivado da veia cardinal direita;
3) Segmento renal, derivado da anastomose entre as veias subcardinal e supracardinal;
4) Segmento pós-renal, derivado da veia supracardinal direita.
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